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29/06/2011

Depois da invasão do Maracanã e de fazer a final do Campeonato Brasileiro com o Internacional, o Corinthians entra embalado em 1977 e disposto a acabar com o jejum de 23 anos. 
No começo do ano, a equipe do Parque São Jorge faz sua primeira participação em Taças Libertadores da América. Com a condição de segundo melhor time do país, o alvinegro classificou-se para um grupo com Internacional, de Porto Alegre e os equatorianos Nacional e Deportivo Cuenca. Logo na estréia da competição, o Corinthians vem com mudanças na equipe. O técnico, chamado de burro pela torcida depois da derrota por 3 a 0, para o Guarani, no Pacaembu, é demitido. Em seu lugar, entra, pela terceira vez, Osvaldo Brandão, o mesmo que deu o último título ao Corinthians em 1954. Na sua estréia, dia 4 de abril, 80 mil pessoas foram ao Morumbi ver o empate em 1 a 1 contra o Inter. Os jogos seguintes, na Libertadores, porém, não foram tão bons para o técnico. No equador, derrotas por 2 a 1. Em Porto Alegre, outro fracasso: 1 a 0 Internacional. Com isso, o time apenas cumpriu tabela na competição, após vencer os dois jogos restantes no Pacaembu. Eliminado logo de cara em sua primeira competição internacional oficial, o Corinthians passou a disputar toda a sua energia no Paulistão. O resultado todo mundo sabe: o Timão faturou o Paulistão e quebrou o incômodo jejum de 23 anos. (ver "Títulos - Campeão Paulista de 1977"). Encerrada a festa do título, o Corinthians segue em busca de um novo objetivo: vencer um campeonato nacional. Após chegar perto em 1976, o time, com o status de campeão paulista, entra no Brasileirão de 

1977 atrás dessa meta. Nas duas primeiras fases, o timão se dá bem e passa sem dificuldades. Mas, quando chega a terceira fase, pega um grupo forte, com Flamengo, Vasco, Santos e Londrina e é eliminado Em 1978, a paz estava de volta ao Parque São Jorge. O Corinthians parte agora para o crescimento. Apesar de não trazer o bicampeonato estadual, o time fecha o ano com uma grande recordação: a contratação do meia Sócrates, revelado pelo Botafogo de Ribeirão Preto. O doutor estréia pelo Timão no dia 20 de agosto, num jogo contra o Santos que levou mais de 100 mil pessoas ao Morumbi e terminou 1 a 1. Mas é no ano seguinte que Sócrates dá a primeira alegria para a torcida alvinegra. Depois que clube desistiu de participar do desorganizado Campeonato Brasileiro, a conquista do título paulista passou a ser uma obrigação. Com um time cheio de estrelas, como Zé Maria, Amaral, Wladimir, Sócrates e Palhinha, o Corinthians era um dos favoritos naquele campeonato. Mesmo assim, teve que batalhar, e muito, para chegar até a final, onde novamente enfrentou a Ponte e venceu de novo. (ver "Títulos - Campeão Paulista de 1979"). Nos anos seguintes, o alvinegro realizou campanhas apenas regulares no Paulistão, sendo 4º colocado em 1980 e apenas 8º em 1981. No Brasileirão, chegou a ir bem em 80, quando ficou em 5º, porém, despencou em 81 com a 26ª colocação, a pior em toda a história do clube. Com a entrada do novo presidente, Waldemar Pires, no lugar de Vicente Matheus, o Corinthians muda completamente sua estrutura. O diretor, Adílson Monteiro Alves, apóia o grupo de jogadores, liderado por Sócrates, e inicia o projeto da Democracia Corintiana. A idéia visava unir o elenco e fazer com que ele tivesse o direito de livre expressão. Apesar das pressões internas e externas (o país vivia os estertores da ditadura militar), a iniciativa obteve êxito. Primeiro, quando o time conseguiu sair da Taça de Prata do Campeonato Brasileiro e chegou à quarta de final na Taça de Ouro, no mesmo ano. Mas a maior conquista da Democracia Corintiana foi a conquista do bicampeonato paulista, derrotando o São Paulo, na final, dois anos seguidos. (ver "Títulos - Bicampeão Paulista 1982/83"
 
Em 1984, Sócrates foi vendido para a Fiorentina, da Itália, por 1,5 milhões. A venda marca o fim de uma era no clube. Quando tudo parecia ter voltado ao normal, chegou a Copa União e, com ela, mais um vexame. O time terminou na última colocação entre os 16 participantes e conseguiu apenas duas vitórias em toda a competição.). Com dinheiro em caixa, o Timão monta uma verdadeira seleção. Chegam ao Parque São Jorge o atacante João Paulo, ex-Santos, o meia Arthurzinho, o lateral-direito Edson, o goleiro Carlos, o volante Dunga e o atacante Lima. No Brasileirão, o time vai bem até a fase semifinal, onde o Timão sente falta do doutor Sócrates. No Paulistão, faz uma boa campanha, mas perde e chance de ser tri ao perder a final para o Santos por 1 a 0, gol de Serginho Chulapa. Com o fim da Democracia, o Corinthians volta a ser uma equipe normal, porém, desunida. O presidente Waldemar Pires, antes de perder as eleições, traz o atacante Serginho, carrasco na final do Paulistão de 1984, e o zagueiro Hugo De León, por US$ 1,7 milhões. Uma quantia recorde na época para o futebol brasileiro. O ex-beque do Grêmio, no entanto, não corresponde, e o clube passa por um momento difícil. O novo presidente, Roberto Pasqua, vê o Timão ser eliminado cedo no Campeonato Brasileiro e não ficar entre os quatro primeiros no Paulistão. Em 1986, Pasqua, muito criticado, resolve dar uma cara nova à equipe, contratando jovens, como Wilson Mano, Edvaldo, Cacau e Cristóvão. Além deles, chega também o experiente Valdir Peres para disputar uma posição com o goleiro Carlos, titular da Seleção Brasileira na Copa do México, em 1986. Pouco entrosado, o Timão perde para o Palmeiras nas semifinais do Paulistão e cai diante do América, do Rio de Janeiro, nas quartas-de-final do Campeonato Brasileiro. O atacante Casagrande, cansado das críticas, resolve deixar o país e parte para a Europa, onde vai defender o Porto, de Portugal. O ano de 1987 começa com o retorno do presidente Vicente Matheus, que havia dirigido o clube pela última vez em 1981. Assim que entrou. O dirigente fez uma contratação de peso: o meia Jorginho, ex-jogador do Palmeiras. Porém, para desespero da torcida, ele era o único reforço para aquela temporada. Começou, então, o Campeonato Paulista e a equipe fez uma de suas piores campanhas em todos os tempos. No primeiro turno, em 19 partidas, o time venceu apenas quatro, empatou seis e perdeu nove, ficando assim na penúltima colocação, com 14 pontos ganhos. Nesse período, três técnicos passaram pelo Timão: Jorge Vieira, Basílio e Formiga. Na última rodada do trágico primeiro turno, o Timão enfrentou a Ponte Preta, no Pacaembu. Curiosamente, após um gato preto ter cruzado o gramado do estádio, o Corinthians melhorou, venceu a partida por 3 a 0 e partiu para uma incrível virada. Após essa partida contra a macaca, o Corinthians engrenou e arrancou no campeonato. Contando com o mesmo elenco e jogando contra as mesma equipes, o Timão chegou à liderança, venceu 13 jogos, empatou cinco e perdeu apenas um, para o São Bento, quando já estava classificado para as semifinais. Ali, jogou contra o Santos e aplicou uma goleada de 5 a 1, com quatro gols do atacante Edmar, artilheiro da competição com 19 gols. Na final contra o São Paulo, então campeão brasileiro, o Corinthians acabou parando. Mas o mais importante para a Fiel foi que o clube soube reagir e sair da lama. Na decisão, mesmo perdendo o título, a torcida saiu cantando. Mas em 1988, o time voltaria a seu time vencedor, conquistando o Paulistão (ver "Títulos - Campeão Paulista de 1988" Denys, como já se esperava, não fez nada de bom. Neto, porém, compensou a transação sozinho.). No ano seguinte, Vicente Matheus assume novamente. Apesar de reforçado, o time treinado pelo ex-jogador Palhinha não correspondeu às expectativas no Paulistão. Para tentar solucionar o problema, Matheus trouxe o experiente técnico Ênio Andrade. Com ele, o Timão reagiu e chegou até as semifinais do Paulistão, mas perdeu para o São José e caiu fora das finais. Descontente com o rendimento de Neto, a diretoria do Palmeiras propôs ao Corinthians uma troca: dar o passe do meia, mais o lateral Denys, pelos dos alvinegros Ribamar e Edson, lateral-direito. Sem pensar duas vezes, o Timão realiza o negócio. Na Copa do Brasil, fez uma partida fantástica contra o Flamengo, no Pacaembu. O Corinthians havia perdido o primeiro jogo por 2 a 0, no Maracanã, e precisava de uma vitória por dois ou mais gols de diferença em São Paulo. Liderado pelo meia, autor de dois gols, o Timão chegou a fazer 4 a 1, mas tomou o castigo a dois minutos do final. A derrota, porém, não desanimou a equipe. No Campeonato Brasileiro, o alvinegro fez uma boa campanha e chegou em 6º lugar. 1990 à 2005: Anos dourados

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